Uma terra parada no tempo


 

O monte larouco é um local cheio de misticismo para aqueles que habitam em seu redor, este local já seria sagrado para as comunidades pré romanas do barroso que consideraram que naquele monte vivia o deus Larauco, Esta antiga crença baseia-se nas aras romanas dedicadas ao deus Larauco, encontradas tanto do lado galego como do lado português, onde frequentemente lhe atribuíam o título de “Máximo,” colocando-o ao nível do próprio Júpiter romano. A influência desse deus foi tão marcante na cultura local que o seu nome se manteve associado ao monte durante mais de dois mil anos, chegando até aos nossos dias.


O barroso é uma região onde frequentemente assistimos á conservação de tradições muito antigas, a preservação do nome de larauco na montanha enquadra nesta tendência regional


    


região do barroso





  O maior povoado do barroso atualmente é Montalegre, uma vila fundada no período medieval, é mesmo assim uma pequena vila, alem de Montalegre o barroso é uma região profundamente rural e assim terá sido durante milénios, talvez isto a ausência de estradas importantes que atravessem a região, bem como a geografia montanhosa e o clima agreste tenham sido fatores cruciais na conservação de tradições, lendas e toponímia antiga

 


Apesar da rusticidade e relativa pobreza das terras do barroso no ultimo milénio, nas idades dos metais é possível que esta terra, devido á mineração, usufruísse de outro estatuto superior ao atual, podemos verificar que foram identificados bastantes povoados datáveis a este período, podemos considerar que todos os montes com características apelativas foram povoados nas idades dos metais 

  Povoados proto-historicos do barroso

Uma prova desta riqueza antiga do barroso são os torques encontrados perto do Outeiro, na abertura da estrada que liga Paradela a Outeiro, foram encontrados três torques em ouro, actualmente em exposição no Museu Nacional de Arqueologia, três fascinantes peças, os torques eram sinais de grande poder no mundo indígena ou nas comunidades célticas, são relativamente comuns no norte de Portugal





Aproveitando estas joias para comparar algumas joias da idade do ferro com joias atuais, é fascinante como são semelhantes, talvez uma joia da idade do ferro não se destacasse muito numa joelharia de centro comercial 



Não se pode falar de conservação de tradições antigas sem se falar da croça, um traje típico da região, atualmente já muito poucos fazer croças que não sejam miniaturas, é feita de juncos e o seu uso era generalizado e comum pelos habitantes do barroso até há pouco menos de um século, a origem da croça talvez venha desde o neolítico  

 

 

O fumeiro tão apreciado do barroso é possivelmente também de origem muito remota, os povoados da idade do ferro e do bronze as casas, por norma redondas, tinham uma lareira no centro, isto levava á acumulação de fumo no teto das cabanas, era também no teto onde se pendurava a carne para a armazenar 


 




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